24.7.09

Estou nos braços da Paz..* [parte II]

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Há muito que me imaginava nesta praia contigo. Atravessei um oceano para ver esta lua cheia do teu lado. Sinto-me embriagada, acabei de o dizer e tu ris. Culpas o vinho e eu culpo-te a ti. Esse sorriso imenso. Essa luz que irradia.
As horas passam devagar, se é que passam, já não sei, não me interessa, nos teus braços o tempo pára. "O tempo não existe. Somos nós de novo e é tudo o que interessa."
Há muito que me imaginava nestas férias tão desejadas. O local paradísiaco. O calor abrasador. A comida exótica que nos rodeia. O vinho maravilhoso que saboreio de novo na tua boca.
Não que fosse preciso o cenário perfeito para fazer a magia acontecer. Mas esta noite, os desejos realizam-se e eu deixei tantos para depois e nunca to disse. Por isso, hoje, deixa-me acreditar.
Estou de olhos fechados agora e sinto a tua mão no meu cabelo. A tua boca aproxima-se do meu rosto, respiras intensamente ao meu ouvido, falas palavras cheias de tudo e depois, esses lábios tocam os meus. Oh Deus, beijar-te continua a ser uma experiência quase mística. Digo-te e voltas a rir. Nunca levas a sério estes delírios. Mas a verdade, é que a cada toque teu eu sei que me aproximo um pouco mais do céu. Estou de regresso aos braços da Paz.
Há muito que me imaginava a fazer amor contigo aqui. E quando finalmente entras dentro de mim e eu abro os olhos e te encaro, eu sei, só sexo, assim seja, mas eu sei, que nunca foi assim antes, que nunca mais será, só sexo, eu sei, deitada nesta areia, com o mar que nos toca suavemente, com a lua por testemunha, eu sei, só sexo, assim seja. Só sexo, mas contigo.
Bebi demais, sabias? Foram tantas as noites em que adormeci com a tua mão no meu corpo, não a tua, mas a minha, a minha mão traiçoeira a fingir-se passar pela tua, a tentar colmatar a tua ausência. Foram tantas as manhãs a confirmar que tu não estavas. Hoje, é só mais uma. Tu não estas. Nunca estiveste.
E de volta à realidade, a cabeça rejeita-te, o coração recusa-se aos sinais que tu não viste, mas o corpo, maldito, o corpo não te esquece.
Por isso, diz-me, se só o teu corpo eu soube amar de olhos abertos, diz-me, como te ver agora, olhar nos teus olhos e não nos encontrar?
Nós eramos a perfeição. Tu foste embora.
E eu não tenho como condenar ou perdoar-te.