2.2.09

Condição Humana

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Sou Mulher.
Perita em disfarce, umas vezes fria como um bloco de gelo, outras delicada como um dente de leão ao vento.
Sou Mulher.
Encantadora, doce como um favo de mel, meiga e compreensiva.
Tempestuosa, efervescente, explosiva e vulcânica.
Sou Mulher.
Sedutora, envolvente, cativante e maliciosa.
Simples, maternal, recolhida e tímida.
Sou Mulher.
Combativa, orgulhosa, persuasiva e tenaz.
Tímida, encolhida, chorosa e pedinte.
Sou Mulher.
Inteligente, analítica, perspicaz e observadora.
Distraída, aérea, emocionalmente cega e sentimentalmente tolhida.
Sou Mulher.
Crente, esperançosa, optimista e radiante.
Derrotista, pessimista, desencantada e apagada.
Sou Mulher.
Sou mulher e, ainda assim, no seio de tanta dualidade, consigo ser consistente em relação ao que quero, desejo e almejo.
Sou mulher e chego à conclusão que não preciso de um manual de instruções para ser entendida, porque falo e expresso as minhas vontades.
Sou mulher e possuo um coração vasto e generoso que me permitiu perdoar, ainda que não esquecer, todas as vezes em que me mentiram, desiludiram e trapacearam.
Porque não consegues, tu, Homem, fazer o mesmo?

Shana Andrade

1 comentário:

Anónimo disse...

E será a condição humana uma questão de género?
Maravilhoso o teu texto.