2.2.09

O que eu queria mesmo era marcar o teu número e ligar..

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.. E assim que ouvisse a tua voz, desdobrar-me em palavras e invadir a tua mente com as frases feitas e lugares comuns habituais. És demasiado inteligente para acreditar sem questionar no que te digo, mas se for rápida e apaixonada o suficiente, sei que te perguntas: Será? Poderá ela estar certa? Missão cumprida. Ainda que por milésimos de segundo, alojei-te a semente da dúvida e esse é o passo certo para recomeçares a caminhada.
O que eu não posso nunca é dar-te tempo para usares o teu poder de argumentação. Porque se deixo que a lógica saia vitoriosa, e a razão te assista, eu sei que deixas de acreditar e quando o fazes, deixamos as duas. Porque ao contrário do que possas pensar, é a tua fé que me torna defensora acérrima de tudo o que penso e sinto.
Mas, se te ligasse agora, não iriamos discutir diferentes pontos de vista, não colocaria os cenários mais surreais em cima da mesa nem seria advogada do diabo. Desta vez, não iria refutar a tua opinião. Falar-te de esperança. Fazer-te crer que para tudo há uma explicação. Hoje, porque tenho a tua dor e a minha em simultâneo, assentiria com a cabeça e conformar-me-ia com uma triste realidade. Existem pessoas que nos desiludem. E porque o erro não é nosso, nem provém de falsas expectativas, a mágoa é ainda maior. Existem pessoas que nos mentem. Ponto final parágrafo.
E é por esse motivo, minha amiga, que estou há 24 horas com o telemóvel do meu lado e ainda assim, não te ligo. Estamos ambas exaustas e eu tenho vontade de concordar contigo.

Ana Almeida

* "We don't wish for the easy stuff. We wish for big things. We wish because we need help and we're scared and we know we may be asking too much. We still wish, though, because sometimes they come true."

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