1.2.09

Si tu no estas aqui me falta el sueño *

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Não há nada que me faça dormir hoje. Desisto de lutar contra as evidências. Acendo um cigarro e escrevo numa tentativa absurda de aproximação.
"No quiero estar sin ti, si tu no estas aqui me sobra el aire"
Eu não te queria. Eu não te queria sequer! Que direito tinhas de quebrar todas as barreiras? De invadir todos os espaços e depois de os fazeres teus, deixares-me aqui sozinha?

Dou por mim a odiar-te, a agarrar-me a todas as coisas más e torná-las ainda maiores. E consigo por momentos, uns instantes pequenos, até regressares de novo, tu a quem me rendi desde o início. E essa recordação é mais forte do que eu. Ou tu és, porque voltas ainda com mais força.
"No quiero estar asi, si tu no estas la gente se hace nadie"
Eram tantas as certezas. Envolvi-me em cada gesto de ternura, em todas as palavras imensas que proferias, fiquei sem argumentos perante esse jeito sereno e seguro. E acreditei... Disseste-me um dia que só te sentias tranquilo quando eu estava nos teus braços. Que só assim não te preocupavas se estava bem ou não. Pergunto-te então, onde estas tu agora?

Agora que preciso, que me dói. Onde estás tu, agora que sei, que só nos teus braços me sentia bem assim?
"Derramaré mis sueños si algún día no te tengo. Lo mas grande se hara lo mas pequeño"
Dou por mim a encontrar-te em todo o lado. A toda a hora. Em qualquer lugar. "Vejo-te" nos carros idênticos que passam, em pequenos pormenores de outros que me recordam os teus, no cheiro do gel de banho que usas e eu também, nas músicas que oiço e me falam de ti. Nesta maldita música que me acompanha enquanto escrevo e que oiço até a exaustão.

Dou por mim à espera. Toca o telemóvel e penso que és tu, nas mensagens que recebo, espero pela tua. Afinal, tens que ser tu. Só podes ser tu. Mas não és. Nunca és. E dói.
"paseare en un cielo sin estrellas esta vez, tratando de entender quien hizo un infierno el paraíso"
E depois tento, eu juro que tento, viver um dia a dia normal, tento sorrir, fazer sorrir alguém, tento continuar e não pensar em ti, porque tudo passa, é o que dizem e eu sei que tudo passa. E tento não pensar em ti. Contudo penso. E a determinada altura já não quero saber que tudo passa, porque a única coisa que quero, é que tu fiques!
E no entanto sei que não há nada que possa fazer. Porque tu não estás. Nem vais estar. Sei que tenho que aceitar porque os sentimentos não se pedem nem se obrigam. Eu sei. Mas em determinado momento, já não me interessa o que sei. E se adiantasse eu pedia. Revirava este mundo para te ter aqui agora. Implorava. Dizia-te com as lágrimas nos olhos, volta amor, volta...
"Si tu no estas aquí sabrás, Que dios no va a entender por que te vas"

Ana Almeida

[Um texto vindo do baú das memórias. A acompanhar o tempo triste que se faz sentir lá fora..]

* Ao som de "Si tu no estas aqui", Rosana

1 comentário:

Babes disse...

LINDOOOOOOOOOOOOO!!!

O texto e a música... que também a mim me faz doer!

Beijo meu