19.2.09

A thought

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And once again I realize that life is a sea of options.
I stand before myself not having a clue about what character to choose that could substitute the skin I’ve been wearing for so many years.
How can we delete our entire self and replace it for a completely new one?
Where to start from?
I’m standing in the middle of a crossroads and I don’t know which way to turn to.
Times passes by and I still find myself encarcerated within an unreconizable self.


Shana Andrade

4.2.09

"And I hope you see things that startle you..." *

Na vida que tenho e até prova do contrário, a única que terei, mais do que qualquer outra coisa, receio acomodar-me. Eu tenho ânsia de viver. Preciso de acordar a cada manhã apaixonada pelo momento e saltar da cama, saltar, não deslizar, e enfrentar assim o novo dia que se avizinha. Quando isso não acontece, não me sinto digna da benção de acordar. Odeio sentir-me assim. Tão pouco inebriada pela vida. E sei que estou carente de paixão.
O mundo inteiro está carente de paixão. Por todo o lado existem olhos baços. Corpos pouco ousados. Corações que deixam de bater acelerados. Já ninguém se apaixona de verdade. Ganhou o medo. Ganhou-me o medo. E acordar assim, já não tem o mesmo sabor de outrora.
Felizmente, não podemos contrariar para sempre a nossa natureza e existem momentos em que nos reencontramos. Não interessa se o que nos move, é um outro alguém, se um projecto profissional, se uma viagem planeada. Não interessa se lhe toco e é realizável, se o sinto e não passa de uma utopia. O importante é ter algo que nos apaixone. É tudo o que importa. Paixão. Porque todos nós precisamos de algo que nos faça saltar da cama. Que nos faça dar o último passo que fará toda a diferença e seguir em frente. Que nos faça arriscar. Que nos faça acreditar em nós e nos outros. Que nos arrebate. E principalmente, que em caso de erro, nos dê força para recomeçar de novo. Recomeçar as vezes que forem necessárias.

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Pessoalmente, adoro a palavra Recomeço.
Gosto da ideia de nos serem dadas segundas, terceiras, infinitas oportunidades.
Porque efectivamente acredito que as temos.
E merecemos!

Ana Almeida


* Extraído do filme "O curioso caso de Benjamin Button"

“Para o que vale: nunca é tarde, ou, no meu caso, cedo, para ser quem quer que queiras ser. Não temos nenhum tempo limite, pára quando quiseres. Muda ou permanece na mesma. Não existem nenhumas regras. Nós podemos fazer o melhor ou o pior disto. Eu espero que faças o melhor. Eu desejo que vejas coisas que te surpreendam. Que sintas coisas que nunca sentiste antes. Desejo que encontres pessoas com diferentes pontos de vista. Que te desafies a ti mesma. Eu espero que vivas a Vida que sempre quiseste viver. E se descobrires que não, eu desejo que tenhas a força para recomeçar tudo outra vez."

2.2.09

Ilusão

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Porque já não existes?
Porque já não assumes a forma cristalina, límpida e brilhante que outrora transmitiste?
Porque decidi eu tão tarde acreditar em contos de fadas?
Porque não pudeste tu prolongar o sonho?
Porque não pudeste ser tu?
Porque não pude eu ser agraciada por mais tempo?
Porque não assumiste tu, meu querido estranho, o papel que te atribuí e que durante algum tempo tão bem representaste?
Pior que não acreditar, é acreditar sabendo, no fundo, que nada daquilo poderá existir para nós e comprovarem-nos a teoria.
Agora, se me dás licença, vou ausentar-me só por uns instantes porque estes espinhos que me cravaste na pele estão a causar-me uma dor diabólica. É que resolveste enterrá-los numa parte de mim que ainda tinha feridas abertas e preciso encontrar uma alma caridosa que mos retire urgentemente.
Curiosamente, quando te encontrei, deixei-me ir contigo, justamente, porque me pareceste a pessoa ideal para me retirar os últimos que ainda mantinham a carne exposta. E, afinal apenas os retiraste para poder sangrar e os que espetaste poderem entrar mais facilmente.
Desculpa o incómodo. Mas achei que devia justificar-te a minha ausência não fosses tu ousar pensar que eu é que tinha tido a inteligência de te ler a tempo. Li. Mas li o livro errado.
Quanto à marca na cara causada pela luva de pelica que pensavas estar a utilizar, deixa-me fazer-te só um pequeno reparo. Não era uma luva; era uma bota da tropa. Pode ser que sare com o tempo.
Quando puderes, se não for muito trabalho, devolve-me a minha capacidade em acreditar de novo, por favor. É que ando à procura dela desde ontem e não a encontro. Talvez a tenhas levado por engano quando resolveste trocar a indumentária à tua personagem.

Shana Andrade

O que eu queria mesmo era marcar o teu número e ligar..

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.. E assim que ouvisse a tua voz, desdobrar-me em palavras e invadir a tua mente com as frases feitas e lugares comuns habituais. És demasiado inteligente para acreditar sem questionar no que te digo, mas se for rápida e apaixonada o suficiente, sei que te perguntas: Será? Poderá ela estar certa? Missão cumprida. Ainda que por milésimos de segundo, alojei-te a semente da dúvida e esse é o passo certo para recomeçares a caminhada.
O que eu não posso nunca é dar-te tempo para usares o teu poder de argumentação. Porque se deixo que a lógica saia vitoriosa, e a razão te assista, eu sei que deixas de acreditar e quando o fazes, deixamos as duas. Porque ao contrário do que possas pensar, é a tua fé que me torna defensora acérrima de tudo o que penso e sinto.
Mas, se te ligasse agora, não iriamos discutir diferentes pontos de vista, não colocaria os cenários mais surreais em cima da mesa nem seria advogada do diabo. Desta vez, não iria refutar a tua opinião. Falar-te de esperança. Fazer-te crer que para tudo há uma explicação. Hoje, porque tenho a tua dor e a minha em simultâneo, assentiria com a cabeça e conformar-me-ia com uma triste realidade. Existem pessoas que nos desiludem. E porque o erro não é nosso, nem provém de falsas expectativas, a mágoa é ainda maior. Existem pessoas que nos mentem. Ponto final parágrafo.
E é por esse motivo, minha amiga, que estou há 24 horas com o telemóvel do meu lado e ainda assim, não te ligo. Estamos ambas exaustas e eu tenho vontade de concordar contigo.

Ana Almeida

* "We don't wish for the easy stuff. We wish for big things. We wish because we need help and we're scared and we know we may be asking too much. We still wish, though, because sometimes they come true."

Condição Humana

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Sou Mulher.
Perita em disfarce, umas vezes fria como um bloco de gelo, outras delicada como um dente de leão ao vento.
Sou Mulher.
Encantadora, doce como um favo de mel, meiga e compreensiva.
Tempestuosa, efervescente, explosiva e vulcânica.
Sou Mulher.
Sedutora, envolvente, cativante e maliciosa.
Simples, maternal, recolhida e tímida.
Sou Mulher.
Combativa, orgulhosa, persuasiva e tenaz.
Tímida, encolhida, chorosa e pedinte.
Sou Mulher.
Inteligente, analítica, perspicaz e observadora.
Distraída, aérea, emocionalmente cega e sentimentalmente tolhida.
Sou Mulher.
Crente, esperançosa, optimista e radiante.
Derrotista, pessimista, desencantada e apagada.
Sou Mulher.
Sou mulher e, ainda assim, no seio de tanta dualidade, consigo ser consistente em relação ao que quero, desejo e almejo.
Sou mulher e chego à conclusão que não preciso de um manual de instruções para ser entendida, porque falo e expresso as minhas vontades.
Sou mulher e possuo um coração vasto e generoso que me permitiu perdoar, ainda que não esquecer, todas as vezes em que me mentiram, desiludiram e trapacearam.
Porque não consegues, tu, Homem, fazer o mesmo?

Shana Andrade

1.2.09

Si tu no estas aqui me falta el sueño *

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Não há nada que me faça dormir hoje. Desisto de lutar contra as evidências. Acendo um cigarro e escrevo numa tentativa absurda de aproximação.
"No quiero estar sin ti, si tu no estas aqui me sobra el aire"
Eu não te queria. Eu não te queria sequer! Que direito tinhas de quebrar todas as barreiras? De invadir todos os espaços e depois de os fazeres teus, deixares-me aqui sozinha?

Dou por mim a odiar-te, a agarrar-me a todas as coisas más e torná-las ainda maiores. E consigo por momentos, uns instantes pequenos, até regressares de novo, tu a quem me rendi desde o início. E essa recordação é mais forte do que eu. Ou tu és, porque voltas ainda com mais força.
"No quiero estar asi, si tu no estas la gente se hace nadie"
Eram tantas as certezas. Envolvi-me em cada gesto de ternura, em todas as palavras imensas que proferias, fiquei sem argumentos perante esse jeito sereno e seguro. E acreditei... Disseste-me um dia que só te sentias tranquilo quando eu estava nos teus braços. Que só assim não te preocupavas se estava bem ou não. Pergunto-te então, onde estas tu agora?

Agora que preciso, que me dói. Onde estás tu, agora que sei, que só nos teus braços me sentia bem assim?
"Derramaré mis sueños si algún día no te tengo. Lo mas grande se hara lo mas pequeño"
Dou por mim a encontrar-te em todo o lado. A toda a hora. Em qualquer lugar. "Vejo-te" nos carros idênticos que passam, em pequenos pormenores de outros que me recordam os teus, no cheiro do gel de banho que usas e eu também, nas músicas que oiço e me falam de ti. Nesta maldita música que me acompanha enquanto escrevo e que oiço até a exaustão.

Dou por mim à espera. Toca o telemóvel e penso que és tu, nas mensagens que recebo, espero pela tua. Afinal, tens que ser tu. Só podes ser tu. Mas não és. Nunca és. E dói.
"paseare en un cielo sin estrellas esta vez, tratando de entender quien hizo un infierno el paraíso"
E depois tento, eu juro que tento, viver um dia a dia normal, tento sorrir, fazer sorrir alguém, tento continuar e não pensar em ti, porque tudo passa, é o que dizem e eu sei que tudo passa. E tento não pensar em ti. Contudo penso. E a determinada altura já não quero saber que tudo passa, porque a única coisa que quero, é que tu fiques!
E no entanto sei que não há nada que possa fazer. Porque tu não estás. Nem vais estar. Sei que tenho que aceitar porque os sentimentos não se pedem nem se obrigam. Eu sei. Mas em determinado momento, já não me interessa o que sei. E se adiantasse eu pedia. Revirava este mundo para te ter aqui agora. Implorava. Dizia-te com as lágrimas nos olhos, volta amor, volta...
"Si tu no estas aquí sabrás, Que dios no va a entender por que te vas"

Ana Almeida

[Um texto vindo do baú das memórias. A acompanhar o tempo triste que se faz sentir lá fora..]

* Ao som de "Si tu no estas aqui", Rosana