16.12.08

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Aceitei que irrompesse pela minha vida,
quando sempre jurei que não deixaria nunca
que nenhum homem irrompesse pela minha vida.

Deixei que acontecesse, farta de saber
o que estava a acontecer.
Fica obviamente ridículo, dito assim,
mas as palavras serão sempre de menos.

Ia quase dizer que lhe dei o meu corpo,
a minha cama, a minha ternura, a minha vontade,
ia dizer isto assim
mas chego sempre à conclusão
que não lhe dei nada,
que nos demos, que nos entregámos num momento
e o que se passa é que se calhar
esse momento, esse pequeno momento,
era de facto verdadeiro enquanto vivia.

Rodrigo Guedes de Carvalho, in "Os Pés no Arame"

[Quando as palavras dos outros, falam por nós..]

Ana Almeida

1 comentário:

Anónimo disse...

Passou tempo, que não te visitava.
Durante esse incontrolavel tempo, algo comigo se passou que me espelha nas frases transcritas, como se tu não o soubesses, e numa paz geminada, aqui estamos nós.
Estamos nós, eu "e ainda tu".