9.12.08

Delírio

Delírio
Cheiro-te. Deslizo o meu nariz pelo teu pescoço e decido que me agradas. Entreabro os lábios e levo comigo um pouco da tua pele... apetece-me lambuzar-te. Sigo o meu percurso pela tua face, até aos teus lábios. Toco-os ao de leve e repuxo-os um pouco. Invado-te a boca sem pedir permissão e conquisto-te a língua. Agrada-me a troca de fluídos.
As minhas mãos teimosas percorrem-te o corpo. Estão indomáveis. Não me apetece pensar, só deixar-me ir e levar-te comigo. Dou por mim a tentar descobrir-te cada canto da boca, dos lábios, do corpo. Deixo-te em tronco nu e entretenho-me nos teus mamilos. Gosto de te provocar. Volto à boca. Sinto-te. Desço as mãos e constato a tua vontade. Dreno-te as forças. Óptimo, porque é assim que aprecio. Deixo-te vulnerável e tento descobrir partes de ti que até tu desconheces.
Envolvo-te com a minha boca como se de um rebuçado te tratasses. Sucumbes. És meu. Naquele minuto, és meu. É só o que me importa. Reduzo-te a espasmos de prazer e nem sabes como amo sentir-te reduzido a meu nada. Pouso uma mão no teu peito e uso a outra em meu auxílio enquanto te abocanho. Garanto-te que o faço com prazer. Contigo sou uma puta. E nem conceberia ser outra coisa qualquer.
Agora, sim. Vem e mostra-me do que és capaz. Entrelaço-te e largo-me à tua mercê. E tu à minha. Até ao fim do combate. Sussurro-te impropérios e obscenidades. A minha boca não conhece limites. Nem o meu pensamento. Já não penso. Sinto. Cravo-te as unhas na pele, gemo e contorço-me.
Acordo.
Deste-te conta de que fui de facto tua, durante este hiato?

Shana Andrade

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