14.12.08

M.........!

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Resolveu não planear nada porque discursos preparados não eram o seu forte. Queria deixar fluir o discurso e tentar procurar a forma mais simples de lhe fazer entender o que sentia sem roçar, nem ao de leve, o sentimentalismo. O papel de drama queen nunca lhe assentou e não era agora que iria assentar e, aliás, a situação não era de todo digna de sentimentalismo. Dizem que as coisas e as pessoas só têm a importância que lhes atribuímos e esta não era uma situação de sentimentos profundos. Poderia tornar-se, talvez com o tempo e o conhecimento. Mas para já, não.
Iniciou o monólogo (sim, monólogo) com frases simples revestidas de algum humor, talvez por saber que este era o grande salvador de toda a situação catastrófica. Falar de sentimentos nunca é fácil e, cedo, ela se apercebeu que falar de sentimentos superficiais mais difícil é ainda, porque quem ouve tem sempre a tendência de extrapolar o que ouve. Ainda assim, tentou. E tentar foi mesmo só o que conseguiu fazer. Mesmo parecendo que o receptor a tinha captado em condições ideais, tudo tinha sido mal interpretado. De forma prática, descreveu que a atracção que sentia era forte, que achava a pessoa um encanto, possuidora de um sentido de humor extraordinário e pura. Que essa pureza lhe agradava, tal como a sua já um dia tinha agradado a alguém. Que apreciava a sua companhia e todos os momentos desfrutados em conjunto. Que lhe sentia saudades. Enfim, que estava apaixonada .
Erro fatal. Seres do sexo masculino parecem ter um handicap cerebral e emocional com esta palavra e ela, embora sabendo-o, resolveu achar que conseguiria levar a sua avante. Ao que parece, a maioria das mulheres usa esta expressão para se referir a sentimentos mais profundos. Não era o seu caso, que diabos! Mas porque raios se havia ele prendido na expressão e não na sua explicação?
Ela precisava de paixão, mas leia-se tesão arrebatadora, segredo e intensidade, não mensagens e jantares românticos e mãos dadas. Onde é que, exactamente, ela teria dado a entender o contrário? No entanto, o ser que dizia entender a sua explicação, não percebeu foi nada. Usou-a como mais um escudo e revestiu-se com ela. E não, não era nada disso que ela pretendia. Merda para a sua tentativa gorada. Merda para os homens que deram em pensar como gajas emocionais e não concebem a ideia de uma mulher prática que só queira sexo e amizade! Merda! Merda! Merda!
[e merda para as gajas que gostam de se enganar a si mesmas, não concordas Mi? ;))) ]

Shana Andrade

1 comentário:

Essência disse...

Pois se o dizes que sou eu para o contrariar?! Há gajas tolas, não há?? Assim de repente lembro-me de algumas..

(agora precisava do bonequinho do assobio..)